A medida, que visa combater o que Bruxelas considera ser concorrência desleal resultante de subsídios estatais chineses, marca uma escalada nas tensões comerciais entre os dois blocos económicos. Após uma investigação iniciada em 2023, a Comissão Europeia concluiu que a cadeia de valor dos VE na China beneficia de subvenções injustas, permitindo que os fabricantes inundem o mercado europeu com veículos a preços artificialmente baixos. Em resposta, foram aplicadas tarifas adicionais que podem chegar a 35,3%, somando-se aos 10% já existentes, o que representa um encargo substancial para os importadores.

Esta decisão é vista como uma medida de sobrevivência para a indústria automóvel europeia, descrita por altos funcionários como estando em "perigo mortal".

A presidente da Comissão, Ursula von der Leyen, reforçou esta posição ao afirmar: "Não podemos deixar a China e outros conquistarem este mercado".

A ação europeia não é isolada, alinhando-se com movimentos semelhantes de outros países, como o México, que também aumentou as suas tarifas sobre veículos chineses para 50%.

Embora o objetivo seja nivelar o campo de jogo, a medida acarreta riscos, incluindo o aumento dos preços para os consumidores europeus e a possibilidade de retaliação por parte de Pequim, o que poderia prejudicar os fabricantes europeus que dependem fortemente do mercado chinês.