Esta relocalização industrial visa contornar as pesadas taxas de importação e reforçar a sua posição no competitivo mercado europeu. A manobra, descrita como uma forma de "fintar" as tarifas, demonstra o compromisso a longo prazo das marcas chinesas com o mercado europeu.

A BYD, por exemplo, anunciou que o seu modelo Dolphin Surf será o primeiro a ser produzido na sua nova fábrica em Szeged, na Hungria, que tem inauguração prevista para o final de 2025 sob o lema "Made in Europe, for Europe".

De forma semelhante, a Xpeng já iniciou a produção dos seus SUVs G6 e G9 na Áustria, em parceria com a Magna Steyr, com o objetivo explícito de "evitar as pesadas tarifas".

Esta estratégia de "nearshoring" não só neutraliza o impacto financeiro das barreiras comerciais, como também permite que as marcas se posicionem como mais integradas no ecossistema europeu, facilitando a adaptação às regulamentações e preferências locais.

Ao produzir no continente, estas empresas podem beneficiar de cadeias de abastecimento mais curtas, tempos de entrega mais rápidos e uma maior aceitação por parte dos consumidores, transformando um obstáculo comercial numa oportunidade para aprofundar a sua presença industrial e competitiva na Europa.