Esta preocupação é partilhada tanto por investidores como pelas próprias casas de moda, que operam num mercado cada vez mais volátil. Um estudo recente da Deloitte destaca que, embora o setor de moda e luxo continue a ser um íman para o investimento, com nove em cada dez investidores a manterem o interesse, "a maioria considera que os direitos aduaneiros terão um impacto negativo no mercado".
Esta perceção de risco reflete a vulnerabilidade de uma indústria dependente de cadeias de abastecimento globais complexas e de consumidores sensíveis a flutuações económicas. A situação é tão premente que influencia decisões estratégicas de longo prazo.
Exemplo disso é o futuro do império Armani, cujo testamento do falecido designer foi revelado em "tempos desafiantes para as casas de luxo, com as tarifas e a incerteza geopolítica". A potencial venda ou entrada em bolsa da icónica marca italiana ocorre num momento em que a confiança dos consumidores diminui após o boom pós-pandemia, e as tensões comerciais podem comprimir as margens de lucro e dificultar os planos de expansão. A confluência destes fatores cria um ambiente de negócios adverso, onde até as marcas mais estabelecidas são forçadas a reavaliar as suas estratégias de crescimento face a um panorama comercial cada vez mais protecionista e imprevisível.














