Este desfasamento entre a perceção do risco e a preparação real evidencia uma vulnerabilidade crítica no tecido empresarial.

A análise sublinha que, num contexto de conflitos e fragilidade nas cadeias de abastecimento, a área de procurement (compras) deixou de ser uma mera função de controlo de custos para se tornar um pilar estratégico na gestão da incerteza e na criação de valor. As empresas mais bem posicionadas são aquelas que integram o procurement no planeamento empresarial desde o início, permitindo uma resposta mais ágil às mudanças geopolíticas e de mercado. Álvaro Pires, sócio da Bain & Company, afirma que “a adoção de ferramentas digitais e de inteligência artificial no procurement não só aumenta a eficiência e reduz riscos, como também fortalece a resiliência das empresas”. O estudo defende que, para além da poupança, as equipas de compras devem apoiar a inovação, a redução da complexidade e a transformação digital.

Esta visão é corroborada por outras análises, que apontam o “trilema” das taxas, tarifas e incerteza como um dos principais desafios para o setor segurador e ressegurador, e o impacto negativo dos direitos aduaneiros no mercado de luxo.