Perillat alertou que, sem regras claras que protejam a produção local, “quando uma indústria desaparece, desaparece mesmo e não há volta atrás”.

A CLEPA reforça este sentimento, estimando que, “sem medidas imediatas”, poderão desaparecer até 350 mil postos de trabalho até 2030, descrevendo a situação como uma “batalha industrial desigual”. A associação apela a uma “política industrial ousada” para contrariar os custos estruturais que, segundo um estudo da Roland Berger, são entre 15% e 35% mais elevados na Europa do que na China e nos EUA, onde existem “medidas de apoio industrial e protecionismo”.

O impacto já é visível em Portugal, onde as exportações de componentes automóveis recuaram, refletindo a instabilidade na produção europeia.

José Couto, presidente da AFIA, identifica as “taxas impostas pelos Estados Unidos” como um dos principais desafios, sublinhando a necessidade de políticas públicas que apoiem o investimento e a inovação para manter a competitividade a nível global.

A indústria enfrenta, assim, uma conjuntura adversa que testa a sua resiliência e exige uma resposta coordenada a nível europeu para evitar uma erosão irreversível da sua base industrial.