Esta estratégia de onshoring reflete uma adaptação pragmática a um ambiente comercial cada vez mais protecionista. A Hyundai Motor é um exemplo claro desta tendência, ao anunciar a intenção de produzir localmente mais de 80% dos veículos que vende nos EUA até 2030.

A decisão da marca sul-coreana, que está a expandir a sua fábrica na Geórgia, é uma resposta direta ao “peso das tarifas” e visa garantir a sua competitividade no mercado norte-americano.

Esta abordagem não é isolada e insere-se num movimento mais vasto de relocalização da produção para evitar barreiras comerciais.

Da mesma forma, a fabricante chinesa Xpeng iniciou a produção dos seus modelos elétricos na Áustria para contornar as tarifas impostas pela União Europeia sobre veículos importados da China.

Embora se trate de um mercado diferente, a lógica estratégica é idêntica: produzir dentro do bloco comercial para evitar taxas aduaneiras.

A crescente instabilidade tarifária, que segundo um estudo da Bain & Company deverá aumentar os custos dos produtos em mais de 10% para quase 40% das empresas, está a forçar as organizações a repensar as suas cadeias de abastecimento globais, tornando a produção local uma alternativa cada vez mais atrativa para garantir o acesso a mercados-chave e manter a estabilidade dos preços.