Powell reconheceu que, embora o cenário base seja que a retoma da inflação devido às tarifas seja “pontual”, as políticas comerciais voláteis da administração alimentam a preocupação com uma inflação persistente. O economista Robert Lind, do Capital Group, reforçou esta visão, afirmando que “com a inflação ainda a ser uma preocupação — especialmente com as tarifas a refletirem-se nos preços — o caminho da Fed para o futuro continua equilibrado”.

Do outro lado do Atlântico, o BCE também está atento.

A presidente Christine Lagarde, embora focada na estabilidade de preços, admitiu a necessidade de estabilidade financeira e a importância de um mecanismo de transmissão monetária eficaz, indicando que o banco tem “todas as ferramentas necessárias” para atuar.

Analistas como Carsten Brzeski, do ING, consideram que o acordo comercial com os EUA e as tarifas previstas podem forçar o BCE a novos cortes, caso o impacto na economia da Zona Euro seja significativo. Esta interligação entre política comercial e monetária evidencia como as tarifas se tornaram uma variável macroeconómica crucial, obrigando os bancos centrais a uma vigilância constante.