Fabricantes como a Hyundai anunciaram a intenção de produzir mais de 80% dos seus veículos vendidos nos EUA localmente até 2030, uma resposta direta para mitigar o "peso das tarifas". Esta tendência de relocalização da produção para o mercado norte-americano evidencia uma estratégia defensiva para contornar as barreiras comerciais.
O impacto estende-se a toda a cadeia de valor, afetando gravemente os fornecedores europeus. Christophe Perillat, diretor-executivo da Valeo, um dos maiores fornecedores de componentes da Europa, alertou de forma contundente que, sem regras claras de conteúdo local, a indústria "pode desaparecer". Segundo Perillat, "quando uma indústria desaparece, desaparece mesmo e não há volta atrás", sublinhando que a perda de competências e empregos pode ser irreversível.
A situação é agravada pela transição para os veículos elétricos, que já reduz a percentagem de componentes europeus nos carros de 90% (em modelos a combustão) para apenas 35% a 45%, principalmente devido às baterias importadas.
As tarifas americanas e a concorrência chinesa intensificam esta vulnerabilidade, tornando "inaceitável" a potencial substituição do conteúdo local por importações.














