A União Europeia impôs tarifas significativas aos veículos elétricos (VE) importados da China, numa medida protecionista para defender a sua indústria. Em resposta, os fabricantes chineses estão a acelerar a sua estratégia de "Na Europa, para a Europa", estabelecendo unidades de produção no continente para contornar as barreiras comerciais e reforçar a sua presença no mercado.\n\nA decisão da UE de aplicar tarifas adicionais de até 35,3% sobre os 10% já existentes aos veículos elétricos chineses está a provocar uma reconfiguração da estratégia industrial destes fabricantes. Em vez de se focarem apenas na exportação, empresas como a Xpeng e a BYD estão a investir diretamente na produção local. A Xpeng iniciou a produção dos seus modelos G6 e G9 na fábrica da Magna Steyr, em Graz, na Áustria, uma medida que lhe permite evitar as novas taxas. De forma semelhante, a BYD anunciou que o seu modelo DOLPHIN SURF será o primeiro a ser produzido na sua nova fábrica em Szeged, na Hungria, que tem inauguração prevista para o final de 2025.
Stella Li, vice-presidente executiva da BYD, enquadrou esta decisão numa estratégia clara de "Made in Europe, for Europe", sublinhando o compromisso da marca com o mercado europeu.
Esta abordagem não só contorna as barreiras tarifárias, mas também permite às marcas chinesas adaptarem-se melhor às preferências dos consumidores europeus, otimizarem a logística e integrarem-se nas cadeias de valor locais.
A Changan é outra marca que, sob o lema “Na Europa, para a Europa”, pretende expandir a sua presença para mais de dez mercados europeus até ao final de 2025.
Em resumoAs tarifas protecionistas da UE sobre os VE chineses estão a catalisar uma mudança estratégica, levando os fabricantes asiáticos a investir em produção local na Europa. Esta relocalização industrial não só anula o efeito das tarifas, como intensifica a concorrência no mercado europeu, transformando exportadores distantes em produtores locais.