O investidor Ken Fisher desafia o consenso do mercado, argumentando que as tarifas têm um impacto económico e inflacionário muito menor do que o amplamente temido. A sua análise histórica sugere que a preocupação generalizada com as políticas protecionistas é, muitas vezes, uma reação exagerada que ignora os verdadeiros motores da inflação.\n\nNuma entrevista aprofundada, Ken Fisher apresentou uma visão contrária à narrativa dominante sobre os perigos das tarifas comerciais. Segundo o investidor, "as tarifas sempre prejudicam mais o país que as impõe do que os países sobre os quais são impostas". Fisher argumenta que o efeito real das tarifas, como as implementadas pela administração Trump, é frequentemente diluído, uma vez que a sua aplicação é limitada e existem múltiplas formas de as contornar.
"A Customs Border Protection Agency [...] tem capacidade para inspecionar apenas cerca de 1% dos contentores que entram diariamente nos EUA", exemplifica.
O ponto central da sua tese é que as tarifas não são uma causa estrutural da inflação.
Citando Milton Friedman, afirma que a inflação "vem de demasiado dinheiro a perseguir poucos bens. Vem do excesso de criação monetária pelos bancos centrais". Para Fisher, a imposição de uma tarifa sobre um produto de procura inelástica apenas desvia o poder de compra de outros bens, fazendo com que alguns preços subam e outros desçam, sem alterar a média. Esta perspetiva contrasta com a decisão da Reserva Federal de cortar juros, em parte devido aos riscos para a economia, onde as tarifas são frequentemente citadas como um fator de incerteza.
Em resumoKen Fisher oferece um contraponto à ansiedade do mercado, defendendo que as tarifas são mais um ruído político do que um risco económico fundamental. A sua análise desvincula o protecionismo da inflação sistémica, atribuindo esta última à política monetária e sugerindo que os investidores devem basear-se em dados históricos em vez de receios conjunturais.