Esta política comercial tornou-se um dos principais focos de incerteza para as empresas e mercados financeiros globais.
A análise das políticas tarifárias da administração Trump revela uma profunda divergência entre a teoria económica e as preocupações do mercado.
O investidor Ken Fisher, numa entrevista, argumenta que "as tarifas sempre prejudicam mais o país que as impõe do que os países sobre os quais são impostas", uma visão que contraria a lógica protecionista do governo norte-americano. Fisher sustenta que o impacto real é frequentemente sobrestimado, dado que apenas uma pequena fração dos contentores é efetivamente inspecionada, permitindo a evasão legal ou ilegal das taxas.
Além disso, defende que as tarifas não são uma causa direta da inflação, uma vez que o aumento de preços em produtos com procura inelástica é compensado pela descida noutros, sendo o verdadeiro motor inflacionário "demasiado dinheiro a perseguir poucos bens", resultado do excesso de criação monetária pelos bancos centrais. Esta perspetiva contrasta com a do presidente da Reserva Federal, Jerome Powell, que identificou as tarifas como um fator que poderia levar a uma "retoma da inflação", justificando uma abordagem cautelosa nos cortes das taxas de juro. A incerteza geopolítica, alimentada por estas medidas, tornou-se uma preocupação maior para as empresas do que a própria carga fiscal, como indica um estudo da Deloitte.
Os mercados financeiros refletem esta volatilidade, com os investidores a reagirem negativamente a cada novo desenvolvimento, temendo que o conflito comercial prejudique o crescimento económico e a estabilidade global.














