Um exemplo claro desta adaptação é o anúncio da Hyundai Motor, que "pretende produzir mais de 80% dos veículos que vende nos EUA, localmente até 2030, para fazer face às políticas tarifárias de Donald Trump". Esta estratégia de localização da produção visa contornar as taxas de importação e reflete uma tendência mais ampla de nearshoring.
No entanto, esta mudança tem consequências diretas para os fornecedores europeus.
As exportações portuguesas de componentes automóveis, por exemplo, registaram uma quebra, um reflexo da instabilidade e do "impacto das taxas impostas pelos Estados Unidos".
A Associação Europeia de Fornecedores Automóveis (CLEPA) adverte que a Europa está numa "batalha industrial desigual", com os fornecedores a enfrentarem custos entre 15% e 35% mais elevados do que na China e nos EUA, devido a "medidas de apoio industrial" e "protecionismo" nesses mercados.
O CEO da Valeo, Christophe Perillat, foi ainda mais contundente, alertando que a indústria automóvel europeia "pode desaparecer" se não forem implementadas regras claras de conteúdo local, pois "quando uma indústria desaparece, o know-how desaparece também".
A transição para veículos elétricos agrava o problema, com a CLEPA a estimar que até 350 mil postos de trabalho possam estar em risco na Europa até 2030.














