A imposição de tarifas pelos Estados Unidos aos seus parceiros comerciais tornou-se um dos principais focos de risco para a economia mundial.
Segundo um inquérito da Deloitte, a incerteza geopolítica, incluindo os efeitos das tarifas, é uma preocupação central para as empresas.
Esta perceção é corroborada por Álvaro Santos Pereira, futuro governador do Banco de Portugal, que identificou as tarifas como um risco para a economia nacional, alertando que “há setores que podem ser afetados por tarifas” e que um agravamento destas “podem criar dificuldades adicionais aos exportadores”. A relevância do tema é tal que a OCDE prepara um relatório para avaliar o “impacto das tarifas impostas pelos EUA aos seus grandes parceiros comerciais”.
No entanto, existe um debate sobre a real magnitude destes efeitos.
O investidor Ken Fisher argumenta que o impacto é frequentemente sobrestimado, afirmando que “as tarifas sempre prejudicam mais o país que as impõe do que os países sobre os quais são impostas”. Segundo Fisher, a capacidade de contornar as barreiras e a baixa taxa de inspeção de mercadorias — alega que “apenas 1% dos contentores é inspecionado nos EUA” — mitigam o impacto real. Esta visão contrasta com a preocupação generalizada nos mercados e entre os decisores políticos, que veem nas tensões comerciais uma ameaça à recuperação económica e à estabilidade das cadeias de abastecimento globais.












