Durante a sua audição no Parlamento, Álvaro Santos Pereira sublinhou que, embora o endividamento do país tenha baixado, a economia permanece exposta a choques externos, entre os quais destacou os riscos no comércio mundial.

“Há setores que podem ser afetados por tarifas”, afirmou, acrescentando que “um agravamento destas tarifas pode criar dificuldades adicionais aos exportadores”.

Esta preocupação reflete a realidade de setores como o têxtil e o de componentes para automóveis, que já sentem o impacto das políticas protecionistas. A Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP) alertou para as dificuldades causadas pela quebra na procura, exacerbada pelo acordo de tarifas com os EUA.

Da mesma forma, a AFIA, representante da indústria de componentes automóveis, apontou o “impacto das taxas impostas pelos Estados Unidos” como um dos principais desafios à competitividade. Perante este cenário, o futuro governador defendeu a manutenção da “disciplina fiscal nos próximos anos”, de modo a que o país tenha “margem de manobra em caso de choques inesperados”.

A sua análise posiciona as tarifas não apenas como um problema setorial, mas como uma ameaça à estabilidade macroeconómica de Portugal, exigindo prudência e preparação por parte das autoridades nacionais.