Esta medida protecionista, que se soma aos 10% já existentes, visa nivelar as condições de concorrência e proteger a indústria europeia, que enfrenta o risco de “desaparecer”, como alertou o CEO da Valeo, Christophe Perillat.
O impacto desta política tarifária já é visível no mercado.
As vendas de modelos chineses na Europa duplicaram em agosto, mas o crescimento foi impulsionado pelos veículos híbridos plug-in, que não estão sujeitos às mesmas taxas e cujas vendas dispararam 1271%. Em contrapartida, a quota dos VE nas vendas de marcas chinesas na Europa caiu de 44% para 35%.
Esta alteração na procura sugere que as tarifas estão a ser eficazes em desviar o consumo para alternativas não tarifadas.
A medida surge num contexto de forte pressão sobre os fabricantes europeus, que lutam para competir com os preços mais baixos dos seus rivais chineses, que beneficiam de um custo de produção cerca de 35% inferior e de uma agressiva guerra de preços no seu mercado doméstico.
Esta competitividade é exemplificada pelo desempenho da BYD, cujas ações caíram recentemente após a Berkshire Hathaway, de Warren Buffett, ter vendido a sua participação, um sinal da volatilidade e dos desafios do setor.
A preocupação na Europa é que, sem barreiras comerciais e regras de conteúdo local, a indústria perca não só postos de trabalho — a Associação Europeia de Fornecedores Automóveis (CLEPA) estima que até 350 mil empregos estão em risco até 2030 — mas também o seu valioso know-how tecnológico.









