Por um lado, empresas como a Birkenstock, fabricante alemã de calçado, optaram por repercutir os custos diretamente no consumidor. A empresa aumentou os seus preços para "atenuar o impacto da tarifa de 15% imposta por Donald Trump sobre as importações europeias", uma estratégia que, segundo os relatos, não impediu o contínuo aumento das vendas. Esta abordagem pressupõe uma forte lealdade à marca, capaz de absorver a subida de preços.
Por outro lado, a farmacêutica portuguesa Hovione adota uma postura distinta.
Apesar de os EUA representarem 60% das suas vendas, o seu CEO, Jean-Luc Herbeaux, afirma não ver "alterações nas dinâmicas" causadas pelas tarifas. A complexidade das cadeias de distribuição farmacêutica, que dependem de tecnologia especializada e parcerias de confiança, torna a relocalização difícil e dispendiosa para os seus clientes.
Deste modo, a Hovione encara as tarifas como uma oportunidade, aproveitando a sua fábrica em Nova Jérsia para atrair farmacêuticas que procuram localizar a produção nos EUA.
Estas respostas distintas ilustram como o protecionismo, embora represente uma ameaça, também gera novas dinâmicas de mercado, onde empresas com flexibilidade e presença local podem encontrar vantagens competitivas.













