Esta pressão comercial está a contribuir para um clima de incerteza que afeta tanto as margens de lucro das empresas como o emprego. No setor do retalho, empresas como a sueca H&M alertaram que esperam um maior impacto dos custos das tarifas norte-americanas nos seus resultados do quarto trimestre fiscal.

A fabricante alemã de calçado Birkenstock também tem vindo a aumentar os preços para mitigar o efeito de uma tarifa de 15% sobre as importações europeias.

Contudo, o impacto mais severo sente-se na indústria automóvel alemã, descrita como o "coração industrial da Alemanha".

A Bosch, um dos maiores fornecedores mundiais de componentes automóveis, anunciou a eliminação de mais de 13.000 postos de trabalho até 2030, citando as tarifas norte-americanas como um dos "enormes desafios" que enfrenta.

A Volkswagen também suspendeu temporariamente a produção em duas fábricas de veículos elétricos, justificando a decisão com a baixa procura, influenciada, em parte, pelas barreiras comerciais.

O cenário geral demonstra que as políticas protecionistas dos EUA estão a obrigar as empresas europeias a absorver custos, a realizar cortes de pessoal e a repassar parte do aumento dos preços para os consumidores, afetando a sua competitividade global.