Esta política tarifária agressiva funciona como um forte incentivo para que as empresas farmacêuticas relocalizem as suas operações para solo americano. A Federação Europeia das Farmacêuticas já alertou que esta medida resultará num aumento de custos para o consumidor.

A estratégia parece estar a surtir o efeito desejado, com várias empresas a anunciarem investimentos significativos nos EUA para evitar a pesada taxação.

Empresas com presença já estabelecida no mercado norte-americano, como a portuguesa Hovione, encontram-se numa posição vantajosa.

O CEO da Hovione, Jean-Luc Herbeaux, referiu que, embora a empresa não sinta "alterações nas dinâmicas" devido às tarifas, ter uma fábrica em Nova Jérsia é uma "maravilhosa vantagem", permitindo-lhe capitalizar a crescente procura por produção doméstica.

A empresa está, aliás, a investir 80 milhões de dólares para expandir a sua capacidade nos EUA.

A medida é vista como parte de uma nova ronda de protecionismo por parte de Washington, que afeta múltiplos setores e visa reconfigurar as cadeias de abastecimento globais, privilegiando a produção nacional em detrimento das importações.