Esta escalada de medidas protecionistas reflete as crescentes tensões geopolíticas e a luta pela hegemonia num setor industrial estratégico.

A medida europeia, que adiciona 35,3% aos 10% já existentes, não afeta apenas marcas chinesas como a BYD, NIO ou XPeng, mas também construtores ocidentais que utilizam a China como base de produção para exportação, como a Tesla, o Grupo Volkswagen (com o CUPRA Tavascan) e a BMW (com os modelos MINI). Em resposta, o Ministério do Comércio chinês anunciou que, a partir de 1 de janeiro de 2026, todos os construtores necessitarão de autorizações de exportação, uma medida que visa garantir o “desenvolvimento sustentável” do setor e evitar que a produção seja dominada pelas exportações em detrimento do mercado interno. Esta política de controlo de exportações alinha a regulação dos VEs com a de outros veículos e surge num momento em que a indústria automóvel chinesa enfrenta uma intensa guerra de preços interna.

A situação coloca a Europa perante um dilema, como alertou João Manso Neto, CEO da Greenvolt, que defendeu que a Europa nunca deve “entrar numa zona de protecionismo contra a China”.