O governo argentino, sob a liderança de Javier Milei, implementou uma vasta reforma fiscal que inclui a eliminação de 19 impostos e a redução das tarifas sobre os bens de equipamento. Esta medida faz parte de um plano mais amplo, apelidado de “motosserra”, que visa alcançar o “défice zero” e estabilizar uma economia que se encontra à beira da sua quarta falência em 25 anos. A redução das pautas aduaneiras sobre bens de equipamento é apresentada como uma forma de estimular o setor produtivo e atrair investimento, complementando a criação do Regime de Incentivos aos Grandes Investimentos (RIGI), que oferece isenções e amortizações aceleradas.
A reforma surge num contexto económico extremamente delicado para a Argentina.
Apesar de ter recebido 30 mil milhões de dólares do FMI e do Banco Mundial, o país enfrenta uma inflação galopante, que atingiu 294% em abril, e uma instabilidade cambial que levou a uma forte procura por dólares. O governo conseguiu equilibrar o orçamento e registar um excedente primário acumulado de 1,3% do PIB em agosto de 2025, mas o investimento estrangeiro não chegou como esperado. A redução de tarifas é, portanto, uma tentativa de recuperar a confiança dos investidores e dinamizar a indústria, num esforço para evitar um novo incumprimento da dívida e reverter o caos económico herdado do governo anterior.
Em resumoNuma tentativa de evitar a falência e atrair investimento, o governo argentino reduziu as tarifas sobre bens de equipamento como parte de uma reforma fiscal agressiva. A medida visa impulsionar a indústria, mas ocorre num cenário de profunda instabilidade económica e desconfiança dos investidores.