Este redirecionamento estratégico reflete a busca por mercados mais estáveis e a necessidade de contornar as barreiras tarifárias e geopolíticas impostas pela administração norte-americana.

A JD.com, por exemplo, demonstrou interesse em adquirir retalhistas britânicos como a Argos e a Currys, e a francesa Fnac-Darty é vista como um “alvo natural”.

Esta estratégia ilustra como a guerra comercial está a reconfigurar os fluxos de investimento globais.

Empresas chinesas, confrontadas com um ambiente hostil nos EUA, procuram na Europa uma base para o seu crescimento internacional.

Este movimento é visível em vários setores, desde o comércio eletrónico à indústria automóvel, onde a presença de marcas chinesas tem aumentado exponencialmente.

O primeiro-ministro português, Luís Montenegro, reconheceu este novo contexto durante as suas visitas à China e ao Japão, afirmando que Portugal, num cenário de “guerras e conflitos, também comerciais”, é visto como um “farol de estabilidade e fiabilidade”.

Esta perceção pode posicionar Portugal e a Europa como destinos atrativos para o capital asiático que procura diversificar os seus investimentos e mitigar os riscos associados ao mercado norte-americano.