A medida visa incentivar a produção em solo americano, mas a Federação Europeia das Farmacêuticas já alertou para um aumento dos custos.

A nova ronda de tarifas sobre o setor farmacêutico representa uma das ações mais agressivas da administração Trump, descrita como a sua “arma preferida”. A medida impõe uma “taxa de 100% sobre qualquer produto farmacêutico de marca ou patenteado”, com uma exceção clara: a isenção aplica-se apenas a empresas que “construam fábricas nos Estados Unidos”.

O objetivo é, portanto, forçar a relocalização da produção farmacêutica para território norte-americano.

A reação da indústria europeia foi imediata, com a Federação Europeia das Farmacêuticas a avisar que o custo dos medicamentos irá aumentar.

Este anúncio surge num contexto em que algumas empresas, como a portuguesa Hovione, já estão a investir nos EUA.

No entanto, o seu CEO, Jean-Luc Herbeaux, afirmou que a decisão de investir 80 milhões de dólares na sua fábrica em Nova Jérsia não foi motivada pelas tarifas, mas sim pela estratégia de estar mais perto dos clientes. Herbeaux desdramatizou o impacto, afirmando não ver “alterações nas dinâmicas” porque as cadeias de distribuição no setor são “muito complicadas” e os clientes farmacêuticos não relocalizam a produção facilmente.

A nova tarifa de 100% contrasta com uma taxa de 15% mencionada num dos artigos, sugerindo que a nova medida é um agravamento significativo e seletivo, focado em produtos de maior valor e patenteados, para maximizar a pressão sobre as grandes farmacêuticas globais.