Apesar das taxas, que podem chegar a um total de 45,3%, os construtores chineses mantêm uma forte ofensiva comercial no mercado europeu. A medida da UE, estabelecida há cerca de um ano, consiste na aplicação de tarifas de 35,3% que acrescem aos 10% já existentes, afetando não só os construtores chineses, mas também fabricantes ocidentais como a Tesla, o Grupo Volkswagen e a BMW, que produzem na China para exportação. O objetivo é nivelar a concorrência, que Bruxelas considera desleal devido aos subsídios estatais de Pequim.

No entanto, a reação do mercado chinês não foi de recuo. Pelo contrário, “a expansão das marcas oriundas deste mercado parece não abrandar”.

Construtores como a Dongfeng anunciaram um “reforço da ofensiva comercial na Europa”, com planos para atingir 80 mil unidades vendidas em 2026, apostando numa oferta diversificada que inclui não só elétricos, mas também híbridos e modelos a combustão.

Para contornar as barreiras tarifárias, algumas marcas estão a explorar a produção local.

A XPeng, por exemplo, estabeleceu uma parceria com a Magna Steyr na Áustria para produzir os seus modelos G6 e G9, “evitando as tarifas da União Europeia”.

Esta estratégia de produção local é vista como uma solução a longo prazo para consolidar a presença no continente. A China, por sua vez, respondeu com medidas próprias, anunciando que, a partir de 1 de janeiro de 2026, irá exigir novas autorizações para a exportação de veículos elétricos, visando garantir o “desenvolvimento sustentável” do setor e controlar o fluxo para mercados estratégicos.