O acordo de parceria entre a União Europeia e o Mercosul, concluído após mais de duas décadas de negociações, promete criar uma das maiores zonas de livre comércio do mundo. A redução de barreiras tarifárias é um dos pilares do acordo, com potencial para gerar poupanças anuais de milhares de milhões de euros para as empresas europeias e dinamizar o setor agroalimentar. Este acordo é classificado como um "avanço estratégico" e prevê uma poupança anual estimada em 4 mil milhões de euros em tarifas de exportação para as empresas europeias.
O setor agroalimentar é apontado como um dos principais beneficiários.
Jorge de Melo, presidente executivo da Sovena, expressou otimismo, afirmando que o acordo poderá "abrir novas oportunidades para o setor agroalimentar português" e facilitar o acesso a mercados estratégicos, esperando uma "redução de barreiras tarifárias e custos logísticos".
Christelle Domingos, diretora executiva da InovCluster, partilha da mesma visão, considerando o acordo um "incentivo para a internacionalização das PME da Região Centro". O pacto inclui também salvaguardas para proteger os agricultores europeus e mais de 350 produtos da UE com indicações geográficas. Apesar do otimismo, o acordo enfrenta um longo processo de ratificação, com oposição de alguns Estados-membros, como a França, o que mantém alguma incerteza sobre a sua aplicação plena e os prazos de implementação.
Em resumoO histórico acordo comercial entre a UE e o Mercosul tem o potencial de eliminar tarifas no valor de 4 mil milhões de euros anuais, beneficiando significativamente o setor agroalimentar português e europeu. Contudo, a sua implementação final depende de um complexo processo de ratificação que enfrenta resistência política, adiando os benefícios económicos prometidos.