Estes desafios, somados à concorrência chinesa e à queda na procura, estão a levar a cortes significativos de postos de trabalho e à suspensão da produção em várias fábricas. A imposição de novas tarifas pelos EUA, como a de 25% sobre camiões pesados, é citada como um dos principais desafios para os fabricantes alemães. Um relatório sobre a crise no setor afirma que "as exportações alemãs para o lucrativo mercado americano estão a tornar-se mais caras devido às tarifas", o que contribui para um "tsunami de demissões" que poderá atingir quase 100 mil postos de trabalho até 2030 em empresas como a Bosch, Volkswagen, Porsche e Audi. A situação é de tal forma grave que os líderes dos principais construtores automóveis, incluindo BMW, Mercedes-Benz e Volkswagen, agendaram uma reunião com o chanceler alemão para discutir a crise.

As tarifas norte-americanas não são o único problema, mas atuam como um acelerador de uma reestruturação industrial profunda, forçada também pela concorrência dos veículos elétricos chineses, pelos altos preços da energia na Europa e pela baixa procura.

O impacto combinado destes fatores está a colocar em risco a competitividade de um dos pilares da economia europeia, obrigando a cortes drásticos e a uma reavaliação estratégica por parte das maiores empresas do setor.