O governo português admitiu a necessidade de fazer ajustamentos, mas garantiu que a retirada do apoio será gradual para não penalizar os consumidores com um aumento súbito de preços. Bruxelas enviou uma carta ao executivo português a 30 de junho, solicitando "ações concretas" para reverter o desconto, que foi implementado em 2022 para mitigar a escalada dos preços da energia. O ministro da Economia, Manuel Castro Almeida, reconheceu que Portugal "está em infração nesta matéria há muito tempo" e que será necessário fazer ajustamentos, mas sublinhou que é "impensável fazê-lo de uma só vez".

A estratégia do governo passa por retirar o apoio de forma faseada, aproveitando momentos de descida do preço dos combustíveis para que o impacto no consumidor seja minimizado. A reversão total do desconto poderia levar a um aumento de até 10% nos preços da gasolina e do gasóleo. A petrolífera Galp já alertou que o fim do benefício agravaria a diferença de preços com Espanha, incentivando mais condutores a abastecer no país vizinho, o que poderia anular a receita fiscal ganha com o aumento do imposto. A Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) estimou que a medida de alívio do ISP representou um encargo de 916 milhões de euros em 2025, sublinhando que a sua manutenção contraria as recomendações do Conselho da UE.