A contenção europeia em não retaliar com medidas autodestrutivas foi um dos fatores-chave para mitigar o impacto.

Num discurso proferido em Helsínquia, Christine Lagarde contrariou as previsões mais pessimistas sobre as consequências da guerra comercial iniciada pelos EUA.

“Há um ano, a maioria presumiria que as tarifas dos EUA desencadeariam um grande choque adverso na economia da zona do euro”, disse Lagarde, acrescentando que, no entanto, “algumas dessas suposições não se confirmaram”. A presidente do BCE explicou que os efeitos sobre o crescimento foram “relativamente moderados” e que houve pouco impacto na inflação.

Esta resiliência deveu-se a vários fatores.

A União Europeia optou por não retaliar com “tarifas autodestrutivas”, uma decisão estratégica que evitou uma escalada prejudicial.

Além disso, a valorização do euro e a implementação de medidas de estímulo ao crescimento pelos governos europeus ajudaram a amortecer o choque.

Lagarde destacou ainda a importância de um acordo comercial alcançado com a administração Trump, que limitou as tarifas a 15% em certos produtos e, crucialmente, “eliminou a incerteza que ameaçava atrasar ou interromper o investimento empresarial”.

Com esta análise, a líder do BCE transmitiu uma mensagem de confiança na capacidade da economia europeia para navegar em ambientes geopolíticos adversos, mantendo uma postura estratégica e pragmática.