A proposta poderá elevar as taxas dos atuais 25% para 50%, com potenciais repercussões nos preços de setores como a construção e o automóvel.
A decisão, que deverá ser anunciada oficialmente a 7 de outubro, surge num momento de crescente pressão sobre a indústria siderúrgica do continente.
Sindicatos e associações do setor, como a Eurofer, têm alertado para a quebra da procura e para os níveis elevados das quotas de importação, considerando que “o tempo está a esgotar-se para os trabalhadores siderúrgicos europeus”. O argumento central de Bruxelas para este endurecimento prende-se com o excesso de capacidade de produção a nível mundial, impulsionado pela produção subsidiada da China. Dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) indicam que, até 2027, poderá existir um excedente de 721 milhões de toneladas, o que pressiona os preços e ameaça a sobrevivência das empresas europeias. A vice-presidente executiva da Comissão, Stephane Séjourné, garantiu aos representantes da indústria que as suas preocupações foram ouvidas, sinalizando que o reforço das medidas de salvaguarda está em cima da mesa.
O objetivo é alinhar a UE com parceiros como os Estados Unidos e o Canadá, que já aplicam tarifas de 50%, e criar uma “aliança dos metais” para proteger a produção própria.
No entanto, esta medida protecionista poderá ter um custo para os consumidores, uma vez que o aço é um material fundamental em múltiplos setores.
Um aumento dos custos de importação poderá refletir-se no “preço final de casas, carros, eletrodomésticos e até de infraestruturas públicas”, transformando uma questão industrial num potencial fator de encarecimento no quotidiano dos cidadãos.












