A farmacêutica comprometeu-se a reduzir preços no programa Medicaid em troca de isenção tarifária, uma decisão que provocou uma valorização acentuada das ações das concorrentes europeias. A medida, que entrou em vigor a 1 de outubro, aplica-se a medicamentos “de marca ou patenteados” produzidos fora dos Estados Unidos e representa uma escalada na guerra comercial no setor da saúde.

O acordo com a Pfizer surgiu após o presidente Donald Trump ter enviado cartas a 17 farmacêuticas, instando-as a baixar os preços para níveis praticados noutros países.

A Pfizer foi a primeira a responder, comprometendo-se a reduzir os custos para o programa de saúde destinado a cidadãos de baixos rendimentos.

A reação dos mercados foi imediata e expressiva.

O índice das cotadas da saúde na Europa registou o maior ganho percentual diário desde abril, com empresas como a AstraZeneca, MSD, Roche e Sanofi a registarem subidas superiores a 10%.

Analistas do JP Morgan interpretaram o acordo como “um termómetro em potencial para o setor que, prevemos, provavelmente será replicado pelas empresas farmacêuticas da União Europeia”. A expectativa de que outras multinacionais sigam o exemplo da Pfizer para evitar as pesadas tarifas reduziu a incerteza que pairava sobre o setor. A administração Trump anunciou ainda a criação de um website, “TrumpRx”, para 2026, com o objetivo de permitir aos consumidores a compra de medicamentos com desconto, reforçando a mensagem de que “os Estados Unidos deixaram de subsidiar os cuidados de saúde do resto do mundo”.