A medida visa combater a concorrência de modelos de baixo custo e gerou um intenso debate sobre a competitividade do setor na Europa. A decisão da UE surge num contexto de crescente preocupação com a expansão das marcas chinesas, como a BYD, que têm vindo a ganhar uma quota de mercado significativa, não só na Ásia, mas também na Europa. A indústria automóvel europeia, um pilar económico que representa 7% do PIB da UE e emprega mais de 13 milhões de pessoas, teme perder terreno. Associações como a CLEPA (Associação Europeia de Fornecedores de Automóveis) e a sua congénere portuguesa, a AFIA, alertam para o risco de perda de centenas de milhares de empregos até ao final da década. O presidente da AFIA, José Couto, defende uma abordagem equilibrada, alertando que “concentrar-se apenas em soluções totalmente elétricas pode deixar de lado um conjunto de tecnologias de baixo carbono em que a Europa já ocupa uma posição de liderança”. As associações propõem, para além das tarifas, uma “política de conteúdo local” que exija uma quota mínima de componentes europeus nos veículos produzidos no continente, para garantir que o valor acrescentado permanece na Europa. A medida tarifária da UE não afeta apenas os construtores chineses, mas também empresas ocidentais como a Tesla, o Grupo Volkswagen e a BMW, que produzem veículos na China para exportação.