A medida é vista como uma resposta às pressões comerciais, nomeadamente as tarifas impostas pela UE, e visa controlar a qualidade e o fluxo de exportações, afetando tanto marcas chinesas como ocidentais com produção na China. Esta nova regulamentação surge num momento em que a indústria automóvel chinesa enfrenta uma dupla pressão: uma intensa guerra de preços no mercado interno, que levou o governo a intervir para travar a “concorrência irracional”, e as barreiras comerciais crescentes em mercados estratégicos como a Europa. Ao exigir uma licença de exportação, Pequim pretende garantir o “desenvolvimento sustentável” do setor e evitar que a exportação em massa prejudique o mercado doméstico.

A medida alinha a regulação dos VEs com a de outros veículos e motociclos, que já exigem autorizações semelhantes.

O impacto desta decisão será vasto, uma vez que não se limita a construtores chineses como a BYD, NIO ou XPeng.

Fabricantes ocidentais que utilizam a China como base de produção para exportação, como a Tesla (Model 3 e Y), o Grupo Volkswagen (CUPRA Tavascan) e a BMW (MINI Cooper e Aceman), também terão de cumprir os novos requisitos.

A decisão reflete uma estratégia chinesa para gerir a sua ascensão como potência automóvel, procurando simultaneamente melhorar a reputação dos seus produtos e proteger os seus interesses estratégicos face às tensões geopolíticas.