Esta situação evidencia a vulnerabilidade da indústria automóvel europeia às políticas comerciais e à incerteza regulatória nos seus principais mercados de exportação.

A empresa justifica a revisão com uma procura mais fraca do que o esperado, especialmente nas regiões da América do Norte e da Ásia-Pacífico, onde o impacto tarifário tem sido mais sentido.

A Aston Martin detalha que a "contínua incerteza criada pelo sistema de quotas tarifárias dos Estados Unidos" está a afetar a sua capacidade de fazer previsões precisas e a criar obstáculos à sua operação.

Um exemplo concreto é o atraso no lançamento do modelo Valhalla, cujas entregas foram reduzidas de um número esperado superior para aproximadamente 150 unidades no quarto trimestre, devido a demoras na homologação do veículo nos EUA, um processo que poderá ser ainda mais impactado pela paralisação do governo federal americano.

Como consequência direta destes desafios, a Aston Martin iniciou uma "revisão imediata" dos custos e despesas de capital.

A previsão é que o lucro antes de juros e impostos (EBIT) ajustado para 2025 fique "abaixo do limite inferior" do intervalo esperado, em torno dos 110 milhões de libras, e que não haja geração de fluxo de caixa livre positivo no segundo semestre. Perante este cenário, a empresa declarou que continua a dialogar com os governos dos EUA e do Reino Unido para obter maior clareza, apelando a um "apoio mais proativo do governo do Reino Unido para proteger os interesses dos pequenos fabricantes".