A instabilidade gerada por políticas comerciais agressivas, juntamente com a fraqueza do dólar e as tensões geopolíticas, tem levado os investidores e os bancos centrais, especialmente de mercados emergentes, a procurarem a segurança do ouro.

Esta procura massiva tem impulsionado o seu valor para níveis sem precedentes, fazendo de 2025 o melhor ano para o metal desde 1979.

Analistas de instituições como o Bank of America elevaram o preço-alvo para 4.000 dólares, citando explicitamente "o impacto da pressão inflacionista causada pelas tarifas" como um dos fatores determinantes.

O Deutsche Bank e o Bankinter partilham uma visão semelhante, argumentando que a forte procura e a queda do dólar, que perdeu o seu estatuto de moeda de elevado rendimento, continuarão a sustentar a cotação do ouro.

A correlação historicamente inversa entre o dólar e o ouro é reforçada neste cenário, onde as tarifas contribuem para a incerteza económica global.

O grupo bancário Julius Baer também mantém uma perspetiva "construtiva", notando que as entradas de capital em produtos respaldados por ouro continuam, sinalizando que os investidores ainda não estão saturados deste ativo.