Esta medida unilateral gerou reações imediatas nos mercados e na indústria, com o setor farmacêutico a procurar acordos para mitigar os impactos.

A partir de 1 de novembro, os veículos pesados importados para os Estados Unidos passaram a estar sujeitos a uma tarifa de 25%. Simultaneamente, entraram em vigor taxas alfandegárias de 100% sobre a importação de alguns medicamentos “de marca ou patenteados”. Estas medidas inserem-se num contexto mais amplo de políticas comerciais protecionistas, que já incluíam uma tarifa geral de 15% acordada com a União Europeia, da qual os medicamentos genéricos foram considerados uma exceção. A justificação para estas ações foi sumarizada por Donald Trump, que declarou que “os Estados Unidos deixaram de subsidiar os cuidados de saúde do resto do mundo”.

A reação da indústria não tardou.

A farmacêutica Pfizer estabeleceu um acordo com a Casa Branca, comprometendo-se a reduzir os preços dos medicamentos prescritos no programa Medicaid em troca de isenção de tarifas, um movimento que poderá servir de precedente para outras empresas.

A notícia foi recebida com otimismo nos mercados europeus, onde as ações de farmacêuticas como a AstraZeneca e a alemã MSD registaram subidas expressivas, superiores a 10%.

Analistas do JP Morgan consideraram o acordo um “termómetro em potencial para o setor que, prevemos, provavelmente será replicado pelas empresas farmacêuticas da União Europeia”.

A estratégia norte-americana inclui ainda a criação de um website, “TrumpRx”, a ser lançado em 2026, para que os consumidores possam comprar medicamentos a preços com desconto.