A decisão da papeleira ilustra como as políticas comerciais norte-americanas estão a forçar grandes empresas exportadoras a adotar estratégias defensivas para proteger os seus resultados.
O plano da Navigator inclui "programas internos" de corte de custos, que se traduzem numa "restrição de novas admissões" de trabalhadores e em "negociações estratégicas com fornecedores" de matérias-primas e logística para otimizar os custos variáveis. Além disso, a empresa anunciou uma redução de cerca de 40 milhões de euros no investimento previsto para o curto prazo, embora mantenha como prioridade os projetos enquadrados no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). Esta reação demonstra o impacto tangível do "novo enquadramento no comercial internacional" na estratégia operacional e de investimento de uma das maiores exportadoras portuguesas. Ao contrário de simplesmente absorver os custos nas margens de lucro, a Navigator optou por uma reestruturação mais profunda para se adaptar a um ambiente comercial que considera mais hostil e imprevisível.
A medida sinaliza que as empresas estão a antecipar um período prolongado de tensões comerciais, com consequências diretas no investimento e, potencialmente, no emprego.












