A proposta gerou forte oposição de vários setores industriais, incluindo o metalúrgico português e o automóvel europeu, que temem um aumento dos custos e a perda de competitividade.
A medida, anunciada pelo vice-presidente executivo Stéphane Séjourné, visa "salvar as nossas siderúrgicas e os nossos empregos europeus" num contexto de crise, com as siderúrgicas europeias a operarem a apenas 67% da sua capacidade.
A proposta prevê reduzir as quotas de importação isentas de tarifas em quase metade, para 18,3 milhões de toneladas anuais, e duplicar a taxa alfandegária sobre o excedente de 25% para 50%.
No entanto, a reação da indústria transformadora foi imediata e negativa.
Rafael Campos Pereira, da AIMMAP, classificou a medida como "terrível", argumentando que "vai completamente ao contrário do que é proposto pela União Europeia e compromete a reindustrialização".
A federação europeia do setor, EuroMetal, acusou a Comissão de tomar a decisão "à revelia" da própria indústria. A Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis (ACEA) alertou que o plano "vai longe demais" e ameaça os fabricantes com um aumento significativo de custos, uma vez que, apesar de obterem 90% do aço na UE, dependem das importações para certas qualidades. O Reino Unido também expressou preocupação, com o diretor-geral do grupo industrial UK Steel, Gareth Stace, a afirmar que o redirecionamento de milhões de toneladas de aço para o Reino Unido "pode ser fatal para muitas das nossas restantes siderurgias".
A controvérsia espelha o dilema entre proteger os produtores de matérias-primas e garantir a competitividade das indústrias transformadoras que delas dependem.














