Uma análise preliminar do Banco de Portugal (BdP) revela o impacto negativo da política económica da administração Trump sobre as exportações nacionais de bens para os Estados Unidos. A "subida dos direitos aduaneiros" e a "depreciação do dólar" resultaram numa diminuição de sete pontos percentuais no crescimento do valor exportado e de dois pontos percentuais no crescimento do preço de exportação para os EUA, em comparação com outros destinos. Este impacto é "particularmente acentuado no caso das empresas de menor dimensão, atingindo nove pontos percentuais". O facto de o impacto ser mais pronunciado no valor do que no preço sugere uma "contração relativa" dos volumes de vendas.

Essencialmente, o aumento das tarifas e a desvalorização do dólar tornaram os produtos portugueses mais caros para os importadores americanos.

Para não perderem quota de mercado, as empresas exportadoras portuguesas estão a absorver parte destes custos, sacrificando as suas margens de lucro.

O BdP nota que "o ajustamento das margens poderá refletir a avaliação das empresas sobre o seu posicionamento face a outros concorrentes em termos de competitividade-preço". Apesar deste cenário adverso, algumas empresas demonstram resiliência, como a produtora de tecidos Texser, que, segundo uma notícia, está a "aumentar as exportações para o mercado americano" apesar das novas obrigações aduaneiras.