O setor automóvel europeu, um pilar da economia do continente, está a ser diretamente afetado pela política comercial norte-americana.

A Aston Martin, por exemplo, reviu em baixa as suas previsões de vendas para o ano fiscal de 2025, esperando agora uma diminuição "média-alta de um dígito" em comparação com o ano anterior, ajuste que está maioritariamente relacionado com as regiões da América do Norte e Ásia-Pacífico.

A empresa britânica alertou que o seu lucro ajustado ficará abaixo do esperado, devido a "volumes mais fracos e pressão sobre a margem bruta", e mencionou o "impacto contínuo" das tarifas como um dos "crescentes desafios". A Jaguar Land Rover também enfrentou um "trimestre desafiante", com o seu diretor-executivo, Adrian Mardell, a citar "o impacto do aumento das tarifas dos EUA" entre os fatores negativos.

A Renault também está a estudar medidas de redução de custos, impactada pela "fraca procura em virtude da concorrência chinesa e pelo impacto das tarifas movidas por Donald Trump". A incerteza sobre as tarifas e regulamentações é igualmente um fator de preocupação para a indústria automóvel alemã, onde se teme a perda de até 100 mil postos de trabalho até 2030 devido à transição para a neutralidade climática e outras pressões de mercado.