Embora o Presidente Trump defenda que as tarifas "trouxeram a paz ao mundo", líderes económicos como Christine Lagarde, do BCE, apontam para as perdas resultantes.

A "guerra das tarifas" tornou-se um tema recorrente na análise económica, com implicações que se estendem por múltiplos setores.

Analistas como Henrique Tomé, da XTB, consideram a situação das tarifas um dos principais riscos geopolíticos, com potencial para "trazer novas pressões sobre os preços e voltarmos a ver os índices de inflação a subirem".

Esta perceção de risco afeta diretamente a confiança dos consumidores, como reconheceu o CEO da Delta Airlines, Ed Bastian, ao afirmar que "anúncios tarifários" no início do ano tiveram um "impacto negativo na confiança geral dos consumidores". A presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, quantificou o problema, estimando que "um crescimento de 2% nas trocas dentro da União Europeia (UE) compensaria as perdas relacionadas com o aumento das tarifas à entrada dos produtos europeus nos EUA". Em contraste, o Presidente Donald Trump defendeu a sua política, afirmando que "ter a capacidade de gerir o comércio e usar as tarifas para defender o meu ponto de vista trouxe a paz ao mundo". A instabilidade gerada é também um dos fatores que impulsionam a procura por ativos de refúgio, como o ouro, cujo preço atingiu máximos históricos num contexto de "guerra das tarifas alfandegárias". A incerteza é tal que empresas como a Levi Strauss celebram a capacidade de manter a procura "apesar das tarifas mais elevadas", evidenciando que as barreiras comerciais são um obstáculo real e presente.