O anúncio do Presidente Donald Trump sobre a imposição de uma sobretaxa de 100% sobre as importações chinesas gerou uma onda de choque nos mercados financeiros globais. A medida, uma retaliação às restrições de Pequim na exportação de terras raras, provocou quedas acentuadas em Wall Street e nas praças europeias. A agitação nos mercados intensificou-se após Donald Trump ter confirmado, através da sua rede social Truth, a intenção de aplicar, a partir de 1 de novembro, “uma tarifa de 100% à China, para além de qualquer tarifa que estejam atualmente a pagar”. Esta decisão foi justificada como uma resposta a medidas comerciais “extremamente hostis” de Pequim, que, segundo o presidente, estaria a planear controlos de exportação sobre terras raras e outros produtos. A perspetiva de uma escalada na guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo reacendeu os receios de uma desaceleração económica global, provocando uma aversão generalizada ao risco.
Em Wall Street, o impacto foi imediato e severo, com o mercado a registar a “pior sessão desde o ‘dia da libertação’ de Trump, em abril”.
Os principais índices fecharam com perdas pesadas: o Dow Jones recuou 1,90%, o S&P 500 caiu 2,71% e o tecnológico Nasdaq afundou 3,56%.
O pessimismo contagiou as praças europeias, que viveram a “pior sessão do último mês”.
O índice alemão DAX perdeu 1,40%, o francês CAC 40 cedeu 1,53% e o britânico FTSE 100 recuou 0,87%.
Analistas sublinham que a ameaça de um “aumento maciço” de tarifas arrastou consigo os setores mais expostos ao comércio internacional, como o tecnológico e o energético, refletindo a preocupação dos investidores com possíveis estrangulamentos nas cadeias de abastecimento e com a instabilidade económica global.