A instabilidade gerada pelas tarifas norte-americanas evidencia a vulnerabilidade da economia europeia e a urgência de fortalecer o mercado único de capitais.
Numa intervenção em Paris, Christine Lagarde sublinhou que, com o dólar como principal moeda mundial, a Europa recebe “as consequências das decisões tomadas em Washington”. Para contrariar esta dependência, a presidente do BCE instou a que o euro passe de “uma moeda intermediária a uma verdadeira moeda mundial capaz de converter debilidades em vantagens duradouras”. A estratégia para alcançar este objetivo passa por eliminar as barreiras que ainda fragmentam o mercado interno europeu, como a falta de harmonização na regulamentação e na fiscalidade, e, crucialmente, concretizar a união do mercado de capitais. Lagarde estimou que um crescimento de 2% nas trocas comerciais dentro da União Europeia seria suficiente para compensar as perdas relacionadas com o “aumento das tarifas à entrada dos produtos europeus nos EUA desde a chegada do Presidente Donald Trump à Casa Branca”.
A sua visão é partilhada por outros membros do BCE.
O vice-presidente, Luis de Guindos, alertou que as tarifas, que antes se situavam em torno dos 3%, estão agora na “zona dos 13%”, descrevendo o recente pacto comercial entre os EUA e a UE como “agridoce”.
Esta conjuntura reforça a urgência de uma maior autonomia estratégica e financeira para a zona euro, com o fortalecimento do euro a ser visto como um pilar essencial para a estabilidade económica do bloco.














