Analistas financeiros e organizações internacionais consideram cada vez mais as tarifas comerciais como um dos principais fatores de risco geopolítico e económico. Num ambiente de elevada volatilidade, as decisões sobre pautas aduaneiras são vistas como fontes de instabilidade que afetam a confiança dos investidores e as cadeias de abastecimento globais. A crescente utilização de tarifas como instrumento de política externa está a moldar o comportamento dos mercados. A forte procura por ativos de refúgio, como o ouro, que atingiu máximos históricos, é parcialmente atribuída à "incerteza económica e geopolítica gerada pelas tarifas".
Analistas da XTB identificam as tarifas como um risco geopolítico que, caso se agrave, "poderá efetivamente trazer novas pressões sobre os preços".
Esta perceção de risco é partilhada por grandes gestoras de ativos.
Alex Brazier, da BlackRock, aconselha os investidores a não se distraírem com o "ruído" do mercado, no qual se incluem as disputas tarifárias, sugerindo que o foco deve manter-se nas oportunidades de longo prazo. No entanto, o próprio facto de as tarifas serem classificadas como "ruído" indica a sua presença constante no radar dos investidores. Esta conjuntura consolida as tarifas não como eventos isolados, mas como uma característica estrutural do atual panorama económico, exigindo uma gestão de risco mais sofisticada por parte de empresas e investidores.
Em resumoAs tarifas comerciais são cada vez mais vistas por analistas como um fator central de risco na economia global. A sua imprevisibilidade gera incerteza, afeta a confiança dos investidores e impulsiona a procura por ativos de refúgio, como o ouro, consolidando-se como uma fonte de instabilidade persistente nos mercados.