UE Duplica Tarifas sobre o Aço para 50% e Enfrenta Repúdio da Indústria
A Comissão Europeia propôs uma medida protecionista drástica ao duplicar as taxas alfandegárias sobre as importações de aço de 25% para 50% e ao reduzir em quase metade a quota de aço importado isento de tarifas. A decisão, justificada como um esforço para promover a reindustrialização e proteger as siderúrgicas e os empregos europeus, gerou uma onda de repúdio generalizado por parte de várias indústrias, que antecipam graves prejuízos para a sua competitividade. A Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis (ACEA) alertou que o plano "vai longe demais" e ameaça os fabricantes com um aumento elevado de custos, dado que, apesar de obterem 90% do aço na UE, dependem de importações para certas qualidades do material. A indústria metalúrgica, através da EuroMetal e da AIMMAP, também criticou a medida, acusando a Comissão de agir "à revelia" do setor e de comprometer a capacidade concorrencial da indústria transformadora europeia. Rafael Campos Pereira, da AIMMAP, classificou a medida como "terrível", afirmando que "milhares de postos de trabalho vão ser colocados em causa". A indústria siderúrgica do Reino Unido manifestou igualmente preocupação, temendo que a medida redirecione milhões de toneladas de aço para o seu mercado, o que poderia ser "fatal" para as suas siderurgias. Vários analistas sugerem que a nova tarifa representa um alinhamento com a política de Washington contra a China, notando que a própria Comissão admitiu não ter concluído os estudos de impacto, o que aumenta a incerteza sobre as suas reais consequências.



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