A política aduaneira da administração Trump está a ter um impacto negativo e estatisticamente significativo sobre as empresas portuguesas, que registam uma redução nas margens de lucro e no volume de vendas para o mercado norte-americano. Uma análise preliminar do Banco de Portugal revela que as empresas estão a absorver os custos das tarifas, comprometendo a sua rentabilidade. O estudo do banco central comparou o comportamento das vendas de bens para os EUA no período pré e pós-eleição de Donald Trump, concluindo que houve uma "diminuição de sete pontos percentuais no crescimento do valor exportado e de dois pontos percentuais no crescimento do preço de exportação para os EUA em comparação com outros destinos".
Esta disparidade sugere que as empresas exportadoras não estão a repercutir totalmente o aumento dos direitos aduaneiros nos preços finais, optando por sacrificar parte das suas margens de lucro para manter a competitividade.
A análise indica ainda uma "contração relativa" dos volumes de vendas, agravada pela depreciação do dólar, que aumentou o preço para os importadores americanos.
O impacto é particularmente acentuado nas empresas de menor dimensão, que viram o crescimento do valor exportado diminuir em nove pontos percentuais.
Embora o Banco de Portugal considere a avaliação preliminar, os dados apontam para um ajustamento significativo por parte do tecido empresarial português face ao novo paradigma protecionista norte-americano.
Em resumoUma análise do Banco de Portugal concluiu que as tarifas impostas pelos EUA estão a prejudicar as exportações portuguesas. As empresas, especialmente as de menor dimensão, estão a absorver os custos, o que resulta na redução das margens de lucro e numa contração do volume de vendas para o mercado americano.