As tensões comerciais entre os Estados Unidos e a China intensificaram-se com ameaças de novas tarifas por parte do Presidente Donald Trump, provocando volatilidade nos mercados financeiros globais e retaliações por parte de Pequim. Esta escalada representa um risco significativo para a economia mundial, afetando desde os mercados bolsistas até ao preço de ativos de refúgio. A instabilidade foi desencadeada por declarações de Donald Trump, que ameaçou impor "taxas alfandegárias suplementares de 100% sobre as importações provenientes da China" a partir de novembro, em resposta a medidas comerciais chinesas consideradas "extremamente hostis".
A reação dos mercados foi imediata e severa, com Wall Street a registar a pior sessão desde abril, destacando-se a queda de 3,56% do índice tecnológico Nasdaq.
A turbulência alastrou-se ao mercado de criptomoedas, que sofreu liquidações em massa, e impulsionou a procura por ativos de refúgio, com o ouro a atingir um novo máximo histórico acima dos 4.115 dólares por onça. A China respondeu, anunciando que imporia uma "tarifa portuária aos navios dos Estados Unidos" e implementando controlos à exportação de tecnologias relacionadas com terras raras, um setor onde detém uma posição dominante. Contudo, o tom de Trump moderou-se posteriormente, afirmando que os EUA desejavam "ajudar a China, não prejudicar", o que permitiu uma recuperação parcial dos mercados, que interpretaram a oscilação como uma tática negocial. Como destacou Adam Sarhan, da 50 Park Investments, "Trump utiliza as taxas alfandegárias ou a possibilidade de as impor como meio de negociar os acordos.
Os investidores reagem, depois adaptam-se".
Em resumoO conflito comercial entre os EUA e a China, marcado pelas ameaças tarifárias de Donald Trump e pelas respostas de Pequim, criou um ciclo de incerteza que impactou negativamente os mercados financeiros globais. A volatilidade demonstrou a sensibilidade dos investidores a uma guerra comercial prolongada, enquanto a posterior moderação no discurso de Trump foi vista como uma tática negocial, evidenciando a fragilidade do atual equilíbrio económico.