Desde o setor automóvel ao têxtil, as empresas enfrentam pressões sobre as margens de lucro, quebras nas vendas e um ambiente de incerteza que condiciona decisões estratégicas.

No setor automóvel, os efeitos são particularmente visíveis.

A Stellantis adiou a divulgação do seu novo plano estratégico, citando as "tarifas norte-americanas" como uma das grandes incertezas, com um impacto financeiro estimado em 1,5 mil milhões de euros. O novo diretor-executivo, Antonio Filosa, destacou que mais de 40% dos veículos vendidos pelo grupo nos EUA em 2024 vieram do México e Canadá, sujeitos a tarifas de 25%. A Porsche também registou uma contração nas vendas na América do Norte no último trimestre, com as tarifas de Donald Trump a pesarem nos resultados.

No setor têxtil e de vestuário, o impacto é misto.

As ações da Levi Strauss & Co recuaram devido ao alerta sobre o "impacto dos direitos aduaneiros", embora a empresa tenha revisto em alta as suas previsões anuais.

Em Portugal, uma análise do Banco de Portugal revelou que as empresas exportadoras estão a registar margens de lucro menores, sugerindo que estão a absorver o custo das tarifas para manter a competitividade. O estudo aponta para uma diminuição de sete pontos percentuais no crescimento do valor exportado para os EUA.

No entanto, algumas empresas, como a têxtil Texser, mostram-se resilientes e pretendem mesmo alargar a sua quota no mercado norte-americano, apesar das "tarifas de 15% impostas pela era Trump".