Esta medida protecionista está a levar os fabricantes chineses a repensar as suas estratégias de expansão, considerando a produção local como uma forma de contornar as barreiras comerciais e manter a sua competitividade no mercado europeu.

A imposição de tarifas surge num contexto de forte crescimento das marcas chinesas na Europa, que, segundo a consultora AlixPartners, arriscam "perder entre um a dois milhões de veículos para marcas chinesas" nos próximos anos. As previsões indicam que estas marcas poderão atingir uma quota de mercado de 5% já este ano, valor que poderá duplicar para 10% até 2030.

A medida da UE visa, assim, proteger os fabricantes do 'Velho Continente' e apoiar a produção de "automóveis elétricos pequenos e acessíveis europeus". Como consequência direta, empresas como a BYD, que registou um aumento de vendas de 280% na Europa até agosto, estão a acelerar os seus planos de produção local. A BYD, que já tem fábricas planeadas para a Hungria e Turquia, está agora a considerar Espanha como uma localização para a sua terceira fábrica europeia, com o objetivo de produzir localmente todos os seus carros destinados aos mercados europeus dentro de três anos.