A Comissão Europeia aprovou uma duplicação das taxas alfandegárias sobre as importações de aço, de 25% para 50%, e reduziu drasticamente a quota de importação isenta de tarifas. A medida, apresentada como uma forma de promover a reindustrialização e proteger as siderúrgicas europeias, foi recebida com forte repúdio por parte da indústria transformadora do bloco, que a considera "uma medida terrível". A decisão foi anunciada pelo vice-presidente executivo da Comissão, Stéphane Séjourné, que a defendeu como necessária para "salvar as nossas siderúrgicas e os nossos empregos europeus".
No entanto, a indústria transformadora, que depende do aço como matéria-prima, argumenta que a medida terá o efeito contrário.
Rafael Campos Pereira, da AIMMAP, alertou que a subida de 50% nos custos "vai impedir a importação e colocar em perigo a transformação", destruindo a competitividade das empresas europeias.
A federação europeia do setor, EuroMetal, acusou a Comissão de ter tomado a decisão "à revelia" da própria indústria.
Vários analistas consideram que a medida é um alinhamento com a política de Washington contra a China, prejudicando os interesses europeus.
A Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis (ACEA) também manifestou "muita preocupação", alertando para o aumento de custos. A situação ameaça ainda o Reino Unido, que teme que milhões de toneladas de aço sejam redirecionadas para o seu mercado, o que, segundo o diretor-geral do UK Steel, Gareth Stace, "pode ser fatal para muitas das nossas restantes siderurgias".
Em resumoA duplicação das tarifas da UE sobre o aço, de 25% para 50%, gerou uma onda de críticas por parte da indústria transformadora europeia, que antevê uma perda de competitividade devido ao aumento dos custos da matéria-prima. A medida é vista como protecionista e prejudicial para setores como o automóvel e o metalomecânico, que acusam Bruxelas de agir contra os seus próprios interesses industriais.