Uma análise do Banco de Portugal confirma que a subida dos direitos aduaneiros e a depreciação do dólar penalizaram a competitividade dos produtos nacionais no mercado norte-americano. Segundo o Boletim Económico do Banco de Portugal, o período após a eleição de Donald Trump registou "uma diminuição de sete pontos percentuais no crescimento do valor exportado e de dois pontos percentuais no crescimento do preço de exportação para os EUA em comparação com outros destinos". Esta quebra foi particularmente acentuada nas empresas de menor dimensão, onde a redução do valor exportado atingiu nove pontos percentuais.
O banco central sugere que o impacto mais forte no valor do que no preço indica uma "contração relativa" dos volumes vendidos.
Embora as empresas portuguesas tenham demonstrado resiliência, o setor têxtil é um exemplo claro desta dinâmica.
As exportações do setor caíram apenas marginalmente, revelando "um comportamento muito acima do que está a acontecer com a concorrência", segundo Ricardo Silva, presidente da ATP.
Empresas como a Texser, de Guimarães, continuam a apostar no mercado americano, que já representa 30% das suas vendas, apesar das tarifas de 15%.
O diretor comercial, Paulo Loureiro, admite que a situação gera "incerteza", mas a empresa pretende aumentar a sua quota nos EUA, demonstrando que, apesar da pressão sobre as margens, o mercado continua a ser estratégico.













