Apesar do aumento das tensões comerciais e da imposição de tarifas a níveis recorde, o comércio mundial não só resistiu como registou um crescimento robusto, contrariando as previsões de desglobalização. Um relatório da DHL e declarações de líderes económicos europeus indicam que a economia global continua profundamente interligada, com as empresas a encontrarem formas criativas de contornar as barreiras comerciais. O DHL Global Connectedness Tracker 2025, elaborado em parceria com a NYU Stern School of Business, revela que, mesmo com as "tarifas norte-americanas no nível mais alto desde os anos 1930", o comércio global cresceu ao ritmo mais rápido em 15 anos, excluindo o período de recuperação pós-pandemia. O relatório, baseado em mais de 20 milhões de dados, mostra que as trocas comerciais estão a percorrer distâncias recorde, e a quota de comércio intrarregional caiu para o valor mais baixo de sempre.
John Pearson, CEO da DHL Express, afirmou: "As barreiras comerciais não servem os melhores interesses do mundo, mas nunca devemos subestimar a criatividade de quem quer continuar a fazer negócios além-fronteiras".
Esta visão é corroborada por Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu, que observou que a economia da Zona Euro tem demonstrado "relativa resiliência às tarifas comerciais", com efeitos adversos mais limitados do que o inicialmente previsto.
Segundo Lagarde, a ausência de retaliação europeia e a valorização do euro ajudaram a mitigar o impacto.
Steven Altman, da NYU Stern, conclui que "as tendências de comércio e investimento em 2025 não apoiam a ideia de que a globalização está em retrocesso".
Em resumoContrariamente às narrativas de fragmentação, o comércio global mostrou uma notável resiliência, crescendo a um ritmo acelerado apesar das elevadas tarifas. Relatórios e análises económicas indicam que as empresas estão a adaptar-se, mantendo o mundo economicamente conectado e desafiando a ideia de que as políticas protecionistas estão a reverter a globalização.